sábado, novembro 18, 2006

Carlos Cruz, meu irmão: saudades!

AO MAIS FELIZ E MAIS TRISTE

Parte de mim se perdeu, e nunca mais
Minha vida será regada a tamanha sinceridade.
A luz se fora apagada; sim, apagada,
Não há mais o caminho, não mais cruzará a estrada.
Estranha é a dor da perda de nós mesmos;
Estranho é ver o nosso próprio corpo deitar no ataúde.
Tentei evitar, mas não pude.
Minhas chances se esvaíram na força da resignação.
Meu amigo se foi e eu, sem ação,
Somente contemplei o suspiro artificial de sua alma,
Clamando pelo fio de vida que inundava o leito frio.

Ainda hoje me lembrei de seu sorriso travesso,
Inveterado e sem preço,
Que nos encontros fazia sucesso.
Saudoso estou, por isso o Poema me viu e me tocou;
Me fez reviver minha impotência,
Inundou-me fundo a consciência,
E entregou meu sentimento ao verso.
Em paz dorme meu irmão, meu amigo;
Que tão cedo se foi, mas permanece vivo
Na morada do Eterno; e no meu coração,
Ainda caminha comigo.

(PC - 14/09/2006)