quinta-feira, junho 30, 2011

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CARTA A UM JOVEM POETA
                                            a Érico Nogueira

Contra ti eu pequei; contra o céu? nem se fale!
Destes versos que escrevo, meu Deus!, não sou digno;
pois imito, não minto, não sou criativo
nem ao ponto de ter soluções bem modestas,
que me impeçam de ser um vulgar papagaio.
Ser poeta é assim, um labor dos diabos!,
mas não saio escrevendo qualquer baboseira,
bem por isso procuro teus sábios conselhos.
Sem ter pena de mim, por favor, desça a lenha!
nem que eu tenha que, enfim, desistir (não faz mal),
sou consciente que as coisas não são como quero,
e versar porcaria, eu tô fora, é vergonha.
Mas é sério, me ajude!, eu preciso de um toque.
Não das garras ferozes de um crítico chato,
nem do afago cretino de um puxa-saco;
mas do aval valioso de um literato,
um que saiba de fato o que diz sobre o tema.
Mais que isso, um amigo, a quem admiro
e que miro o modelo perfeito dos versos.