segunda-feira, dezembro 18, 2006

Dizem, eu assumo!

SOU VELHO

Sou velho.
Engano minha senilidade
Com um rosto sem rugas,
Com minha tenra idade,
Mas sou velho.

Meus ouvidos são
Castigados com tantas
Futilidades ingênuas,
Que chego a pensar não
Ser mais adequado.

Por isso sofro,
Mas não sofro calado.

A pena me dá liberdade,
Minha boca anuncia a saudade
Dos valores, da ética;
De um mundo onde a verdade
Não era patética,
Nem tão vulgarizada;
Onde a moral era absoluta
E não pulverizada;
Quase calada
Diante de uma existência insulsa,
Quando o Bem não causava repulsa.

(PC - 26/06/2006)