SOU VELHO
Sou velho.
Engano minha senilidade
Com um rosto sem rugas,
Com minha tenra idade,
Mas sou velho.
Meus ouvidos são
Castigados com tantas
Futilidades ingênuas,
Que chego a pensar não
Ser mais adequado.
Por isso sofro,
Mas não sofro calado.
A pena me dá liberdade,
Minha boca anuncia a saudade
Dos valores, da ética;
De um mundo onde a verdade
Não era patética,
Nem tão vulgarizada;
Onde a moral era absoluta
E não pulverizada;
Quase calada
Diante de uma existência insulsa,
Quando o Bem não causava repulsa.
(PC - 26/06/2006)
3 comentários:
Oi Paulo!
Gosto muito dessa temática do tempo. Releio com frequência esse poema do Mario Quintana:
O Tempo
O despertador é um objeto abjeto.
Nele mora o Tempo. O Tempo não pode viver sem nós, para não parar.
E todas as manhãs nos chama freneticamente como um velho paralítico a tocar a sua campainha atroz.
Nós
é que vamos empurrando, dia a dia, sua cadeira de rodas.
Nós, os seus escravos.
Só os poetas
os amantes
os bêbados
podem fugir
por instantes
ao Velho...Mas que raiva impotente dá no Velho
quando encontra crianças a brincar de roda
e não há outro jeito senão desviar delas a sua cadeira de rodas!
Porque elas, simplesmente, o ignoram...
Um beijo,
Juliana
Oi Juliana!
Quando li seu comentário fiquei pensando: "Mas que Juliana é essa?" (rs)
Aí, conversando com meu pai, ele me disse que vocês já tinham passado por aqui e eu imediatamente lembrei: é você, minha prima!
Obrigado pela visita e pelo comentário. Muito apropriado!
Grande beijo,
PC
Oi Pc ...
Adorei seu blog ..e postei sua poesia no meu live spaces ok..
Um grande abraço meu querido ...
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