quarta-feira, julho 09, 2008

Comunhão, eis tudo!

"EUCHARISTÍA"
A Miguel Garcia e família

Comer e comer
e unir-me a ti
e tirar de mim
o não de nós,
os nós que me separam
de mim, de ti,
detido de amar,
de ter dado demais,
a mais, a sós,
sem Deus
sem seus manjares partilhar,
ilhado de ti,
de nós,
sem luz, sem sal,
sem ser comensal,
sem comer de mim,
de ti, de nós,
sem no dealbar beber
e aguçar o paladar;
e comer um doce de noz
moscada
e mascar Deus
e beber Jesus
e na Cruz
adeus solidão.

(Paulo Cruz)

2 comentários:

Anônimo disse...

Ah! amigo poeta,

De seus poemas não há mais nada a dizer,
a não ser, que encerram beleza, que se fazem essenciais feito casca de uva,
e, que se deve abriga-los no coração.

Hoje acordei transfigurado..
mais orgânico,
cônscio da estrutura de mim...
Devenir de histórias de vida... Redimido..
a um passo de um devir...
no intervalo deusas africanas, como algo que se constrói e se dissolve noutra coisa,
em outro alguém..

Agora que sabemos menos um do outro – que podemos apenas ser e amar..,
só nos resta sorver toda delícia de nus imantarmos,
liquefeitos até que perfeitamente solidificados em Molde-Crístico que imprimirá barra forma e quilate à nossa existência.

Eis que tudo foi e ainda será bom!

Essa substância cada dia mais misturada a você,

Miguel Garcia

Paulo Cruz (PC) disse...

Ah, Miguel, o mago das pa-Lavras, das melopéias valiosas, das ditosas saudações, dos belos mares de versos e das sublimes canções.
Ah, Miguel amigo, que comigo caminha a solitária lida dos desvalidos, e eleva-se acima do trivial para alcançar a beleza; que põe à mesa o céu e alimenta os (como eu!) famintos de amizade.
Miguel Garcia, que através da arte desvela o desvio e anuncia a esperança, não aparte de mim tua poesia, nem teu sorriso de criança.

Obrigado,
PC