sexta-feira, outubro 24, 2008

SURTO

Que mágoas tão marcadas canto agora!
Meu corpo foi surrado e minha alma
padece em agonia sem disfarce;
quem poderá deter o mal lá fora?

Que lutas me concedem meus labores!
Já não consigo mais seguir em frente,
pois todos meus esforços são derrota;
quem livrará meu corpo penitente?

Que falta de esperança em mim aporta!
Em minha porta a solidão insiste,
e em riste os dedos para mim aponta;
quem pode resistir tamanha afronta?

Que ditos desditosos destes versos!
São frutos de infortúnio tão pungente,
causado em mim por corações perversos.
Quem nunca reclamou inutilmente?

(Paulo Cruz)

quinta-feira, outubro 09, 2008

FAMÍLIA
Ao amigo André Eduardo e família

Homilia do eterno
no belo teor do mundo;
da criação mais carente
de amor,
de maior amor,
de melhor mérito
na alma dos mortais;
que por ser demais precisa,
precisa demais
de mais
amor.

(Paulo Cruz)