terça-feira, março 20, 2007

DEUS ABSCONDITUS

Quando te escondes de mim
é que melhor te conheço;
e quase te desconheço
quando brincando me brindas
com tua terrível ausência.

Te busco no firmamento
e nos luzeiros da noite;
nem nos profetas te vejo,
nem nos profundos ensejos
da mais moderna ciência

depara-me tua presença.
Ansioso espero encontrá-lo
no rosto amigo de outrora,
trocando a treva que agora
invade minha consciência.

Estou tão frio que não posso
sentir que me olham teus olhos;
tão ébrios andam meus pés,
que já não podem sequer
fazer qualquer exigência.

Olhando em mim não te encontro;
eis que no vazio me acho
diante de ti, e tão longe
perco meu passo e te vejo,
já não há mais resistência.

(PC - 20/03/2007)