quarta-feira, agosto 13, 2008

O SONHO DE UM POETASTRO

Meus vocábulos são quiméricos!
De fato são estratosféricos
os meus estertores verbais.
São meus vãos delírios poéticos,
a (im)precisão milimétrica,
o ritmo, a rima, a métrica
e, acima de tudo, o estilo;
e muito mais, assim assaz
a minha intensa produção,
a (a)versão total dos fatos
narrados à minha maneira,
tão estável e tão (estúpida?)
bem esculpida em belos versos
vernáculos, e combinados
à risca, ao lado de um anseio
pela perfeição no escrito.
Em um sentido mais estrito,
meu profundo anseio é somente,
no futuro, figurar neste
vasto cenário literário
das séries, das antologias
e descansar em uma estante,
perdido, até ser encontrado
por um leitor inveterado,
à vista de um alfarrabista.

(Paulo Cruz)

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